21 de abril de 2014

Como viramos escravos do tempo?

Por Nathália Penteado

“Querer não é poder?”, “Tempo é dinheiro” – estes e outros ditados nos mostram o quanto somos dependentes do tempo para tudo. Mas afinal de onde vem essa ordem? Quem designou o tempo como senhor da razão? Porque o tempo define nossos dias, nosso comportamento?

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Escravos do Tempo

Precisamos lembrar que o tempo cronológico é algo antigo, mas que passou a definir os atos humanos somente a partir do século XVII e XVIII. De fato sabemos que a contagem cronológica dos dias já existe a milênios, como exemplo podemos citar os calendários Maias, a Ampulheta e até o relógio do Sol. Devemos lembrar também que neste mesmo ponto a vida cronológica da terra era baseada na astronomia.  O estudo dos corpos celestes é que determinavam a época da colheita, a mudança de clima e as pontuações do dia e da noite, bem como as fases da lua.

De certa forma o cristianismo tem parte de culpa no processo da doutrinação do tempo. Como religião autoritária como sempre foi, ela deu início há uma série de hábitos utilizados até hoje, mesmo séculos após sua criação. Por mais que tenhamos o ímpeto em dizer que somos um estado Laico, fomos sim doutrinados e forçados a aceitar culturalmente manifestações religiosas das quais não nos impactam religiosamente, porém como trata-se de uma “convenção” agimos como se fizéssemos parte de tal crença.

Mentirosos ainda seríamos se dissemos que estas convenções não nos agradam, uma vez que o Feriado é a maior alegria do trabalhador Brasileiro. Ao mesmo tempo, somos o povo que mais reclama da falta de tempo e o mesmo que não sabe aproveitar melhor o tempo que tem disponível.

Parece contraditório isso que estou dizendo, mas não parece, é mesmo contraditório. Somos assim mesmo, nos amamos, nos odiamos, aceitamos e contradizemos a nós mesmos o tempo todo. Uma hora concordamos e no outro momento batemos o pé para nos apresentarmos como moralmente melhores que os outros.

O tempo tem sim grande culpa em tudo isso, uma vez que milésimos de segundos fazem diferença entre uma pergunta e uma resposta. Não quero ficar aqui apenas citando atos históricos que comprovem o que estou escrevendo, pois confesso é chato e maçante. Mesmo que isso represente 90% de quem eu sou. Me surpreende ainda que pessoas me avaliem pela aparência (não que eu não faça isso também, pois seria hipocrisia de minha parte) e admitam que sou bem diferente. Afinal, quem não é diferente daquilo que sua natureza, ou melhor do que sua aparência revela. Acho que todos nós temos um ar de mistério as  vezes somos um mistério para nós mesmo. Quem diria para o outros?

A convenção imposta pelo tempo é necessária no mundo atual, porém saber lidar com a mesma e principalmente ter planejamento é algo que ainda precisamos trabalhar. Me incluo nesta lista pois eu também preciso aprender a melhorar minha relação com o tempo.

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O Tempo Voa

Bom minha mente esfriou, deixo para escrever mais em uma outra oportunidade. Obrigada pela paciência.